domingo, 27 de julho de 2008

Frase sobre talento

If you have a talent, use it in every which way possible.
Don't hoard it. Don't dole it out like a miser.
Spend it lavishly like a millionaire intent on going broke.
(Bredan Francis)

Como todo mundo tem pelo menos um talento, vamos mandar ver galera!

sábado, 26 de julho de 2008

Coisas geneticamente modificadas

Esses dias vi uma notícia que dizia que Pequim será enfeitada com 900 mil flores geneticamente modificadas durante as olimpíadas. Tais mudanças foram feitas para que as flores fiquem vivas e floreçam na hora certa durante os dezeseis dias de competição. Muito bom. Os chineses pegaram pesado nesta que será a maior olimpíadas de todos os tempos. Tá bom, mas esse lance de modificar geneticamente as "coisas" é discutível. Se não me engano, no Brasilzão pode-se cultivar plantas geneticamente modificadas e também está autorizada a pesquisa com células-tronco.

Estou lendo um livro intitulado Next (Michael Crichton) do mesmo autor de Jurassic Park, Congo e Sphera (só citei os livros que li, mais aqui). Next descreve várias tramas que fazem uso de recursos da engenharia genética, dessa forma, os desdobramentos são impressionantes. Merecem destaque os seguintes casos:
  • Pesquisador utiliza um paciente como cobaia para desenvolver a cura para o câncer;
  • Cientista mistura o seu próprio DNA com o de um primata e cria um human-chimp, que vive com a sua família e frequênta a uma escola;
  • Papagaio que sabe falar e é capaz de resolver problemas triviais de matemática;
  • Briga judicial entre um casal pela guarda dos filhos, o advogado do marido utiliza o mapeamento do DNA da esposa para provar que ela tem uma doença que se manifestará em um futuro próximo;
  • Estupro forjado de uma menor e o advogado do acusado convence o seu cliente a se declarar culpado e utiliza uma característica genética do seu cliente para tentar inocenta-lo;
  • E, por fim, o caso de um pesquisador que acidentalmente aplica uma droga, que estava sendo testada em ratos, no seu irmão viciado em drogas, o cidadão se livra do vício mas começa envelhecer rapidamente pois a droga afeta o gene da maturidade.
Enfim, o livro é muito bom e o autor teve o cuidado de referênciar artigos reais, o que é interessantíssimo e impactante devido a eminência dos fatos.


Não terminei de ler Next, mas já vi o filme I'm a legend que relata uma estória, relacionada aos efeitos da engenharia genética, que se passa em 2012. Este filme começa com a declaração de uma cientista que afirmava ter encontrado a cura para o câncer, o filme se desdobra com a exponencial disseminação de uma doença viral que deixa os seres humanos "desfigurados" e termina com a morte de um Doutor, que era imune a doença, e conseguiu achar uma cura. Ficção é ficção, mas Crichton apresenta no livro algumas declarações de cientistas que basicamente afirmam a mesma coisa que Fritjof Capra escreveu em O Ponto de Mutação (o vídeo Mindwalk discute as idéias no livro). Capra versa sobre a necessidade de mudarmos a nossa percepção do mundo que segundo ele é a mesma de Descartes. A visão mecanicista de Descartes baseava-se na idéia de que se você conhecer cada peça de uma máquina conhecerá o todo.

PS: Um agradecimento especial ao professor G.A.R. Lima (como gosta de ser chamado) que me apresentou as obras do Capra e que tem significativa influência na escolha da minha carreira. Obrigado Professor.

O desabafo de um pós-graduando sênior

Via instant messenger, estava eu conversando com um amigo sobre o curso de pós-graduação que ele está fazendo na UFMG, de repente ele me fala:

"Nós escolhemos o jeito mais difícil de ser pobre!" (Villas, 2008).

Levando em consideração que o infeliz está preocupado com a prova de qualificação, que acontecerá no início de agosto, a frase dele é pertinente e muito bem colocada.

Por outro lado, pós-graduandos têm algums benefícios que devem ser discutidos antes de tomar a frase do meu amigo como um axioma. Nas últimas semanas descobri porque resolvi continuar estudado. Primeiro, o bandejão da universidade serve comida a preços acessíveis. Segundo, a universidade tem conexão rápida com com a Internet. Terceiro, eu continuo pagando meia entrada por ai. Por fim, se você for um pouquinho pró-ativo conseguirá desenvolver um projeto do seu interesse, o que faz toda a diferença.

segunda-feira, 21 de julho de 2008

A ficção pode ser implementada?

Julio Verne, Arthur Clark, Isaac Asimov e H.G. Wells são exemplos de escritores que viveram a frente de seu tempo e previram diversos avanços tecnológicos em suas obras de ficção. Para ilustrar, o primeiro descreveu o funcionamento de um balão, de um dirigível e até de um helicóptero. Adicionalmente, ele previu o lançamento de uma nave tripulada para Lua aproximadamente 104 anos antes dessa façanha ser materializada; só para citar os artefatos relacionados a conquista dos céus :-). Tem muito mais na Coleção Exploradores do Futuro e nas obras dos autores supramencionados. Então, a resposta para a pergunta, que intitula este post, é sim!

Na realidade, o que motivou este post foi o filme Batman - The Dark Knight, especificamente o sistema que o homem morcego utilizou para rastrear o Coringa. Tal sistema foi desenvolvido pelo Lucius Fox (CEO da Wayne Enterprises - Morgan Freeman). Fox criou uma solução para transformar um smartphone em um scanner de ambientes. Assim como um SONAR (Sound Navigation and Ranging), o celular emitia ondas, na frequência do som, que têm a propriedade de serem refletidas ao encontrar um obstáculo. Com isso, é possível determinar a localização de objetos no ambiente em questão. Tudo muito legal, mas isso pode ser implementado hoje? Em outros termos, até onde a ficção pode ser implementada, neste caso?



No estado-da-arte não. Mas muito provavelmente um dia será, especialmente se começarem a implementar rádios genéricos que permitem que a frequência e o protocolo de acesso ao meio sejam definidos via software (Software-Defined Radio - SDR). Para ilustrar, a tecnologia GSM usa a faixa de frequência de 900 a 1800 MHz, já o som, que pode ser escutado por seres humanos, varia de 20 Hz a 20 kHz. Um SONAR utiliza uma onda na frequência de 500 Hz para identificar obstáculos na água. Se a tecnologia SDR estivesse disponível hoje, o Fox poderia ter escrito uma aplicação para mudar a frequência de operação do rádio dos celulares, adicionalmente, seria necessário captar as ondas refletidas pelos obstáculos e, ainda, ele teria que utilizar algum mecanismo para transmitir estes dados para um servidor na Wayne Enterprises. Só resta saber como seria possível fazer deploy deste software nos celulares de todos cidadãos de Gothan City e como os dados gerados seriam transmitidos e interpretados. Isso é coisa para cientistas, eu já estou satisfeito.

Outra solução razoável é colocar um SONAR nos smartphones... eles já têm GSM/CDMA, AM/FM, Wi-Fi, Bluetooth, Infra-red, TV-Digital e GPS... mais um rádio não fará grande diferença :-).

domingo, 20 de julho de 2008

Brain and Body Fitness

Brainfitness sempre me chamou a atenção. Lembro que no início desse século li uma resenha do livro “Mantenha seu cérebro vivo” (Lawrence Katz e Manning Rubin) e resolvi compra-lo. Comprei porque o título me provocou! Pô! Não parece mas ele está vivo (pensei). O livro apresenta um conjunto de técnicas para melhorar o desempenho do cérebro e é voltado para as pessoas na melhor idade. Contudo, todavia, entretanto, existem estudos que mostram que tais exercícios também podem trazer benefícios para jovens.

Há três meses atrás li uma reportagem que descrevia os benefícios dos exercícios para o cérebro, especificamente para a memória, controle cognitivo, atenção e velocidade de processamento. Nesta matéria, o jornalista fez referência a alguns sites que oferecem exercícios para melhorar o desempenho do cérebro nas áreas supracitadas; entre eles o Lumosity. O slogan do Lumosity é "Reclain your brain." Não resisti a provocação, novamente, e comecei a brincar; porque o primeiro mês é grátis. Os exercícios são desafiadores e, por consequência, viciantes. No final do primeiro mês eu não hesitei em pagar os $ 9,50 doletas para continuar brincando.

Fazem três meses que estou fazendo o treinamento do Lumosity e cheguei próximo ao meu limite em alguns exercícios, conforme é possível ver no gráfico abaixo. Neste gráfico tem-se o BPI (Brain Performance Index) em função dos dias treinados. É possivel observar que meu desenpenho está quase constante e melhorar exige muito esforço e disciplina, tais requisitos são semelhantes aos exigidos para alcançar bodyfitness.



Para ilustrar vou descrever o meu exercício preferido; "Memory Match". Conforme a figura abaixo, este exercício consiste em identificar se uma figura geométrica é igual a outra, o jogador tem 45 segundos para acertar o maior número possível. No início (A), você vê as três casas, depois de três acertos só é possivel ver a terceira casa (B) e você tem que lembrar da primeira casa para dizer se as figuras geométricas são iguais ou diferentes; simples assim. O principal objetivo é exercitar a memória de trabalho.



Recomenda-se vinte minutos de treinamento diários, pois é nesse período que o seu desempenho pode melhorar, depois disso começa a fadiga. Isso mesmo, fadiga igual a observada em músculos depois de uma sessão de exercícios físicos. E o objetivo é sempre melhorar o seu desempenho, obviamente.

A relação entre Brain e Body Fitness

Eu costumo "esticar as canelas" fazendo corridas curtas, o principal objetivo é manter a sanidade :-). Ultimamente ando correndo 10 Km, contudo me lembro que no início era muito difícil correr isso em menos de 50 minutos. Me acostumei a correr 10 Km enganando meu cérebro. Só de pensar em correr 10 Km você já fica cansado, para resolver o problema comecei a pensar da seguinte forma: Vou aquecer nos primeiros 4 Km e vou correr pra valer nos outros 6 Km. No final das contas eu corria os 10 Km, contudo pensar dessa forma é muito menos doloroso. Isso funciona muito bem, com o tempo eu fui diminuindo os Km destinados ao aquecimento e os 10 Km se tornaram bem simples de serem corridos.

Quanto ao brainfitness, conforme você vai ficando bom no exercício em questão, mais difícil é bater seu recorde anterior, por motivos óbvios. Portanto, comecei a tentar enganar o meu cérebro usando um método semelhante ao utilizado nas corridas. A primeira coisa é não pensar nos 45 segundos que você tem para bater o seu recorde. Esqueça o seu recorde e não pense no exercício como um todo. Eu tento mentalizar que cada acerto é uma missão completada com sucesso, com isso, a fadiga é significativamente reduzida e, no final de tudo, consigo realizar o exercício com um desempenho melhor. Fazendo uma analogia com a corrida, eu só tento pensar no próximo passo, fico feliz em ter conseguido dar este passo e continuo a diante de passo em passo até melhorar o meu desempenho.

Para finalizar, acredito que as pessoas inteligentes exercitam seu cérebro a todo momento e não precisam desses exercícios. Por outro lado, fica a dica para os curiosos e demais interessados. Adicionalmente, percebi que a minha concentração melhorou significativamente e não fico cansado como antes. Esses dias perdi um ônibus na rodoviária de Rio Claro, o próximo só saiu duas horas depois. Comprei uma revista Super Interessante (não tinha Scientific American... rs), sentei no banco, e li TODA a revista em uma hora e quarenta minutos. Eu nunca tive saco para fazer uma atividade dessa, mas no final eu ainda queria ler mais.